A foto é da Foz do Arelho em dia pardo e na actualidade.
Mas há trinta e cinco anos atrás era um local um nadinha mais bravio. Bravio, no sentido de menos explorado pela dita 'pressão imobiliária', com uma única estrada sem rotundas e lombas a lembrarem paredes de alcatrão.
Dali às Caldas, ainda se demorava um pouquito.
Passei algumas férias de Verão nesta lagoa, por aquelas areias também dormi ao relento e por ali conheci também a minha segunda paixão a sério de juventude. C. era (e é) 'tripeira-dos-sete-costados' e talvez por morar na Foz (do Porto) o mar fazia sempre parte dos destinos de férias. Ora, ali, mar agitado e água calma é quanto se queira. Sentia-se 'em casa', por assim dizer. Sei que ali retornou algumas outras vezes e, talvez também por isso, tenha escolhido há mais de uma década, uma comarca da zona para presidir à Justiça.
C. era uma miúda lindíssima, o que me causava por vezes alguns embaraços em meios pequenos como esse, mas graças a isso (não me refiro ao embaraço) numa ocasião de um qualquer dia de Julho em que o dia de praia se estendeu para lá do sol posto e onde tudo e todos já tinham fechado há muito, valeu a dona de uma minúscula mercearia -que já não existe- que abriu a porta para acalmar dois estômagos famintos: 'Olhe, só lhe posso dispensar um pão saloio e manteiga de Avanca', disse-lhe.
Melhor que nada, pensámos.
Fosse pelo parco farnel, fosse porque fosse o que fosse, manteiga como essa, incomparável, perdi-lhe o rasto poucos anos depois. Sobra a das Marinhas -quase rotulada de gourmet e nem sempre fácil de encontrar- mas de textura e sabor diferente da de Avanca.
Como se constata, há coisas que não se esquece.
Mas há trinta e cinco anos atrás era um local um nadinha mais bravio. Bravio, no sentido de menos explorado pela dita 'pressão imobiliária', com uma única estrada sem rotundas e lombas a lembrarem paredes de alcatrão.
Dali às Caldas, ainda se demorava um pouquito.
Passei algumas férias de Verão nesta lagoa, por aquelas areias também dormi ao relento e por ali conheci também a minha segunda paixão a sério de juventude. C. era (e é) 'tripeira-dos-sete-costados' e talvez por morar na Foz (do Porto) o mar fazia sempre parte dos destinos de férias. Ora, ali, mar agitado e água calma é quanto se queira. Sentia-se 'em casa', por assim dizer. Sei que ali retornou algumas outras vezes e, talvez também por isso, tenha escolhido há mais de uma década, uma comarca da zona para presidir à Justiça.
C. era uma miúda lindíssima, o que me causava por vezes alguns embaraços em meios pequenos como esse, mas graças a isso (não me refiro ao embaraço) numa ocasião de um qualquer dia de Julho em que o dia de praia se estendeu para lá do sol posto e onde tudo e todos já tinham fechado há muito, valeu a dona de uma minúscula mercearia -que já não existe- que abriu a porta para acalmar dois estômagos famintos: 'Olhe, só lhe posso dispensar um pão saloio e manteiga de Avanca', disse-lhe.
Melhor que nada, pensámos.
Fosse pelo parco farnel, fosse porque fosse o que fosse, manteiga como essa, incomparável, perdi-lhe o rasto poucos anos depois. Sobra a das Marinhas -quase rotulada de gourmet e nem sempre fácil de encontrar- mas de textura e sabor diferente da de Avanca.
Como se constata, há coisas que não se esquece.
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