Ronald Johnson é um tipo simpático e é também o ainda senior vice presidente para o retalho, do fabricante Apple. Foi ele, desde o ano 2000, que idealizou as Apple Store, tanto no seu conceito de venda, como na localização e arquitectura das lojas, sem esquecer o pessoal altamente qualificado e identificado com a marca. Palavras dele a propósito disto, em 2004, na conferência 'Success by Design': “We don’t want the store to be about the product, but about a series of experiences that make it more than a store.”
Não há qualquer dúvida que o conseguiu, não obstante a partir da primeira abertura, o fabricante ter atropelado interesses de toda uma rede de 'dealers', primariamente norte americana e logo de seguida no resto do mundo e que há muito participavam do negócio, incluindo aqueles que tinham sido os antecessores deste novo formato de lojas proprietárias, como era o caso dos Apple Center.
Johnson sabe que, independentemente do sucesso brutal alcançado com mais de trezentas lojas em 11 países, nunca seria o novo CEO do fabricante, porque simplesmente não é um homem de números, mas um criativo e um visionário na forma de promover um espaço e os seus produtos. É certamente por isso que a partir do próximo mês de Novembro, não estará mais ao serviço da Apple mas sim num novo projecto, algo -mal comparado- como se fosse ressuscitar da penumbra os 'grandes armazéns do Grandella'. E aí sim, será o novo CEO de um cadeia de armazéns americana.
No nosso país não existe (ainda) nenhuma Apple Store, o mais próximo que temos é o conceito de Apple Premium Reseller (APR), que segue, mais ou menos, o padrão das lojas propriedade da marca. Os APR são pertença de entidades privadas, por norma -e como faz sentido- com anterior vocação para o produto Apple, porém com um contrato leonino por parte do fabricante e sujeitas a um investimento contínuo com forte músculo financeiro. São indirectamente regidos em alguns países pelo importador/representante oficial da marca ou pelos escritórios locais do próprio fabricante, como é o actual caso no nosso país. Não significa, contudo, que seja o melhor dos casos, este último.
Há notícias de alguns APR europeus (e não só) a encerrar as suas operações ou a mudarem de estatuto
'In the wake of the new Apple Store opening at Basingstoke's Festival Place, the existing Apple Premium Retailer 'iStore' (located directly opposite Starbucks on the top floor) is being forced to close'
há casos até -fora da europa- onde duraram apenas pouco mais de um trimestre.
A abertura de um APR, conforme os 'guidelines' do fabricante, logo a partir do dia zero e conforme a sua localização, tem um investimento 'sem anestesia': digamos que um pouco abaixo do meio milhão, já considerando pessoal, porque sem estes não funciona, certo? Não será, de facto, para todos.
Um investimento deste calibre, na área de informática, por muito especial que seja, creio que deveria ser sempre uma situação acarinhada pelo fabricante, mormente, quando existe representação directa do mesmo em alguns países. Consta-me que em alguns, a hostilização, a inépcia e o favorecimento se sobrepõem à ética. A ser verdade, embora não me apoquente com isto, apenas fico incomodado quando oiço, julgo que uma situação do tipo só poderá ter a ver com as equipas que estão à frente do destino e processos da marca nesses países e nomeadamente a sua fraca prestação.
Diziam-me: 'se tivesses um par de restaurantes gourmet associados a uma determinada marca biológica de referência, venderias isso, p.e., a uma qualquer clínica de enfermagem?' Numa primeira análise, não. O que saberia um enfermeiro de restauração? Nada, suponho. A menos, dependendo do valor do negócio obviamente, o cheque tivesse sete ou oito dígitos e talvez pudesse ser, sim, um bom negócio. Mas, rematavam de novo com: '...mas se essa marca biológica te ameaçasse com o não fornecimento de chocolate das Honduras e café de Timor que eram produtos essenciais para o teu negócio de restauração e praticamente te obrigassem a vender por tuta e meia os teus restaurantes a essa, e só essa, clínica de enfermagem?' Bom, nesse caso, uma suspeita grave se levantaria e acto contínuo colocaria de imediato um processo esmagador a essa empresa biológica. Mandaria o bom senso que assim se fizesse, retirando 'à espátula' quem tivesse tido uma ingerência clara num negócio de terceiros.
Naturalmente, isto é apenas um cenário ficcionado meramente ilustrativo. Questão é, que algumas ficções tornam-se efectivamente realidades.
Não há qualquer dúvida que o conseguiu, não obstante a partir da primeira abertura, o fabricante ter atropelado interesses de toda uma rede de 'dealers', primariamente norte americana e logo de seguida no resto do mundo e que há muito participavam do negócio, incluindo aqueles que tinham sido os antecessores deste novo formato de lojas proprietárias, como era o caso dos Apple Center.
Johnson sabe que, independentemente do sucesso brutal alcançado com mais de trezentas lojas em 11 países, nunca seria o novo CEO do fabricante, porque simplesmente não é um homem de números, mas um criativo e um visionário na forma de promover um espaço e os seus produtos. É certamente por isso que a partir do próximo mês de Novembro, não estará mais ao serviço da Apple mas sim num novo projecto, algo -mal comparado- como se fosse ressuscitar da penumbra os 'grandes armazéns do Grandella'. E aí sim, será o novo CEO de um cadeia de armazéns americana.
No nosso país não existe (ainda) nenhuma Apple Store, o mais próximo que temos é o conceito de Apple Premium Reseller (APR), que segue, mais ou menos, o padrão das lojas propriedade da marca. Os APR são pertença de entidades privadas, por norma -e como faz sentido- com anterior vocação para o produto Apple, porém com um contrato leonino por parte do fabricante e sujeitas a um investimento contínuo com forte músculo financeiro. São indirectamente regidos em alguns países pelo importador/representante oficial da marca ou pelos escritórios locais do próprio fabricante, como é o actual caso no nosso país. Não significa, contudo, que seja o melhor dos casos, este último.
Há notícias de alguns APR europeus (e não só) a encerrar as suas operações ou a mudarem de estatuto
'In the wake of the new Apple Store opening at Basingstoke's Festival Place, the existing Apple Premium Retailer 'iStore' (located directly opposite Starbucks on the top floor) is being forced to close'
há casos até -fora da europa- onde duraram apenas pouco mais de um trimestre.
A abertura de um APR, conforme os 'guidelines' do fabricante, logo a partir do dia zero e conforme a sua localização, tem um investimento 'sem anestesia': digamos que um pouco abaixo do meio milhão, já considerando pessoal, porque sem estes não funciona, certo? Não será, de facto, para todos.
Um investimento deste calibre, na área de informática, por muito especial que seja, creio que deveria ser sempre uma situação acarinhada pelo fabricante, mormente, quando existe representação directa do mesmo em alguns países. Consta-me que em alguns, a hostilização, a inépcia e o favorecimento se sobrepõem à ética. A ser verdade, embora não me apoquente com isto, apenas fico incomodado quando oiço, julgo que uma situação do tipo só poderá ter a ver com as equipas que estão à frente do destino e processos da marca nesses países e nomeadamente a sua fraca prestação.
Diziam-me: 'se tivesses um par de restaurantes gourmet associados a uma determinada marca biológica de referência, venderias isso, p.e., a uma qualquer clínica de enfermagem?' Numa primeira análise, não. O que saberia um enfermeiro de restauração? Nada, suponho. A menos, dependendo do valor do negócio obviamente, o cheque tivesse sete ou oito dígitos e talvez pudesse ser, sim, um bom negócio. Mas, rematavam de novo com: '...mas se essa marca biológica te ameaçasse com o não fornecimento de chocolate das Honduras e café de Timor que eram produtos essenciais para o teu negócio de restauração e praticamente te obrigassem a vender por tuta e meia os teus restaurantes a essa, e só essa, clínica de enfermagem?' Bom, nesse caso, uma suspeita grave se levantaria e acto contínuo colocaria de imediato um processo esmagador a essa empresa biológica. Mandaria o bom senso que assim se fizesse, retirando 'à espátula' quem tivesse tido uma ingerência clara num negócio de terceiros.
Naturalmente, isto é apenas um cenário ficcionado meramente ilustrativo. Questão é, que algumas ficções tornam-se efectivamente realidades.
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