26 março 2010

criatividade em curriculum vitæ


Podemos mentir com os dentes todos e ser os maiores sacanas do aldeia enganando meio mundo e ter uma sorte do caneco; ou, podemos ser muito correctinhos e pensar que na verdade reside a virtude e não encontrar trabalho nenhum, nem à altura nem a meio caminho. Isto da vida profissional rege-se também pelo marketing, o marketing pessoal. Já que somos todos rotulados com part-number e prazo de validade, convém então que haja criatividade. Isto até porque nem todos nascem tipo Pitt (ou equivalente) e nem todas tipo Charlize (ou similar), logo, a 'embalagem' -ou 'packaging'- que para muitos recrutadores conta logo à partida, fica logo meio condicionada pela vulgaridade da presença. Claro que depois de 'esmiuçar' o CV tradicional do candidato, podem inclusivamente encontrar algo francamente mais válido que não o primeiro impacto. Mas isto é tudo muito subjectivo.
Ainda ontem ouvia num bloco noticioso da televisão, uma sondagem qualquer sobre os candidatos a presidente do partido social democrata; o resumo da tal sondagem dava a vitória a PPCoelho, mas pelo meio, na 'exaustiva análise feita' as respostas dadas por quem foi inquirido, davam uma percentagem inferior ao referido candidato em 3 ou 4 rubrícas vs. os outros concorrentes ao cargo. Ora, aparentemente, com tanto percentual a desfavor, seria difícil imaginar que a sondagem no final desse vantagem. Mas deu, porque numa das rubrícas 'quem daria melhor 1º ministro' PPCoelho vencia claramente. Eu acho que aqui é o 'packaging' a funcionar numa plateia 'recrutadora' feminina. Mas seguramente que este candidato terá muito mais para apresentar como válido do que somente a 'boa presença' (e espero até que vença). Pode não ter experiência governativa, mas que diabo, isso também não é necessário. Aliás se a tiver é capaz de perder.
Faz-me lembrar um episódio, aqui há uns anos, com um recrutador que me contactou e me disse assim 'sabe, tem uma experiência brutal mas muito centrada num determinado mercado. Vamos ter que aligeirar aqui alguma coisa para o nosso cliente.' ' Aligeirar? -disse-lhe'. À resposta afirmativa, disse-lhe então: 'muito bem. eu vou aligeirar isso'. E enviei-lhe uma folhinha A5 com o reverso de uma imagem editada de nota de dólar, onde o clássico 'in God we trust' foi substituído por apenas 'trust me'. Não voltámos a falar e ainda bem.
Mas isto para chegar onde? Para chegar à criatividade refinada em apresentação de currículo. Onde? É ver aqui.

Créditos: imagem oddee.com

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