Nada podia ser mais verdadeiro: os governos, por norma, são constituídos pelos votos do povo, o que não lhes confere, em democracia, que usem e abusem do efémero poder. Às vezes há que consultar as bases, seja porque a Constituição assim o obriga, seja por uma questão de aferição de decisão realmente importante e que toca a todos.
No caso da Irlanda, a Constituição defende que em coisas que mexam a sério com o país haja referendo. Houve.
Houve para o tal tratado de Lisboa realizado antes do Natal ali no emblemático mosteiro dos Jerónimos. O resultado dos Irlandeses, soube-se há poucas horas: mais de 50% votou 'não' ao tal tratado.
Ou entenderam bem o tratado e as suas letras pequeninas e decidiram que não seria o melhor para o seu país, ou não o entenderam convenientemente e, na dúvida, não aceitam e façam o favor de voltar a explicar melhor. Pessoalmente, vou por esta última hipótese. De resto, julgo que 90 e tal por cento da população portuguesa não saberá também a que diz respeito, nem em detalhe nem em linhas gerais. E se há culpado nesta insuficiência de conhecimento, o dedo é apontado a quem governa. 'Marketing' da treta só comparável aquele que ultimamente eu tenho observado da zona escandinava.
E quando assim é, e o 'produto' (leia-se 'Tratado') não é bem 'vendido', o povo não compra. E os Irlandeses não 'compraram'. Por cá, em época eleitoralista, também houve intenção de referendar, mas foi só intenção.
Por outro lado, também não percebo a afirmação do nosso primeiro ao exclamar que o tratado aceite por todos os Estados-membros 'é importante para a sua carreira política'. Um acto isolado de narcisismo, ou estaria ele à espera que alguém em Galway ou Cork o ouvisse e pensasse: 'eh pá! Coitado. Não vamos estragar a vida ao homem'.
No caso da Irlanda, a Constituição defende que em coisas que mexam a sério com o país haja referendo. Houve.
Houve para o tal tratado de Lisboa realizado antes do Natal ali no emblemático mosteiro dos Jerónimos. O resultado dos Irlandeses, soube-se há poucas horas: mais de 50% votou 'não' ao tal tratado.
Ou entenderam bem o tratado e as suas letras pequeninas e decidiram que não seria o melhor para o seu país, ou não o entenderam convenientemente e, na dúvida, não aceitam e façam o favor de voltar a explicar melhor. Pessoalmente, vou por esta última hipótese. De resto, julgo que 90 e tal por cento da população portuguesa não saberá também a que diz respeito, nem em detalhe nem em linhas gerais. E se há culpado nesta insuficiência de conhecimento, o dedo é apontado a quem governa. 'Marketing' da treta só comparável aquele que ultimamente eu tenho observado da zona escandinava.
E quando assim é, e o 'produto' (leia-se 'Tratado') não é bem 'vendido', o povo não compra. E os Irlandeses não 'compraram'. Por cá, em época eleitoralista, também houve intenção de referendar, mas foi só intenção.
Por outro lado, também não percebo a afirmação do nosso primeiro ao exclamar que o tratado aceite por todos os Estados-membros 'é importante para a sua carreira política'. Um acto isolado de narcisismo, ou estaria ele à espera que alguém em Galway ou Cork o ouvisse e pensasse: 'eh pá! Coitado. Não vamos estragar a vida ao homem'.
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