Nem faço a mais pálida ideia se essa publicação ainda se encontra nas bancas. Mas, se por acaso, já se foi, há substitutos à altura, não impressos mas televisionados. Chego até a ter 'pena' do R.Guedes de Carvalho no papel de pivot de noticiário que se quer à viva força que se torne notícia aquilo que nunca terá sido talhado para se dar grande atenção. Não é, obviamente, exclusivo da SIC, é dos outros dois canais também.
Mas hoje, enquanto passarinhava da ala este para a ala oeste aqui de casa, não pude deixar de reparar na sábia resposta de um alentejano a quem o repórter, numa ingrata e tonta missão, perguntava a esse cidadão "se estava calor e se o incomodava". Se não foi assim exactamente, a essência foi esta. Ao que o homem lhe responde: "Nãã. 30 graus né? A gente aqui está habituado a 40, 40 e tais". Estava à espera de quê, o jornalista?
Portanto, notícia em prime time, foi justamente os 'tórridos' 28 graus em Lisboa e os 35 em Beja. E continua a reportagem, na mesma onda de calor, à espera que alguém anuísse à ideia de confrmar 'que sim! está m_e_s_m_o muito calor!', como se este rectângulo luso fosse atravessado por monções ou correntes frias do estreito de Bering, de modo a justificar a caloraça mui estranha em pleno Verão.
Repetentes neste tipo de peças sem justificação, os noticiários das 20h saltitam entre 5 minutos de algo interessante e 70 de mais-valia-estarem-quietos. Salva-se, felizmente, o das 22h na RTP2, que consegue em trinta minutos falar de tudo o que realmente é importante.
Curiosamente, se as peças gágá sobre o calor normal se repetem, não vejo nem oiço nenhum deles dar, por exemplo, a mesma importância ao estado das praias (não me refiro à 'certificação' de bandeira azul) mormente ao estado em que no início do estio, os veraneantes encontram as areias: as beatas enterradas, as garrafinhas de iogurte, as latinhas ou os cacos das garrafas de cervejinha, o pacotinho de batata frita que a criancinha e os paizinhos permitiram que esvoaçasse pelo areal e ali fique, entre outros detritos.
A praia do Creiro, aqui ao lado na Arrábida, é um bom-mau exemplo disso, mais um ano. Uma praia de bilhete-postal, não deve certamente merecer a atenção da Câmara M. de Setúbal e do Parque Natural da Arrábida e muito menos dos Media. Está lá um 'garboso' painel de letras caídas que anuncia os milhares de Euros comparticipados pela UE; está lá um recanto com bancos de madeira tomados pelas silvas que dá pelo nome de 'Fonte da Paciência' que faz juz ao nome: paciência, não há água há dois anos. Está também ladeada em generosa extensão de cercado em nini barrotes de madeira que já foram verdes e já estiveram de pé. Fazem de barreira ao lixo acumulado de anos de gente sem escrúpulos. Nem os dois restaurantes existentes têm, sequer, brio na zona mais próxima que os circunda.
Na foto lá em cima, está um cinzeiro de praia. Exemplar único (meu) de uma acção da Câmara M. de Almada na Praia do Rei, há 4 anos. Não sei se voltaram a aparecer; eu pelo menos, nunca mais os vi. Sei que nesse ano de 2004. essa boa intenção durou o limitado stock que provavelmente a Câmara dispunha, o que traduzido em dias, não chegou a 8. Eram à borla, estavam estratégicamente colocados na entrada da praia logo a seguir à linha do 'Transpraia'. É provável que esta e até outras melhores acções de outras autarquias por esse país fora da zona litoral, existam.
O que está aqui em causa, é que talvez os noticiários, chatos, enormes, das 20h., fizessem melhor, no seu alinhamento, incluir algumas peças (duras e assertivas) tendentes à sensibilização das pessoas para a nojeira em que estão transformadas algumas praias (e matas) em vez de procurarem fazer notícia sobre o que o não é, em diálogos de lana caprina, quiçá inferiores ao primeiro trabalho de qualquer estudante do primeiro ano de Comunicação Social.
Mas hoje, enquanto passarinhava da ala este para a ala oeste aqui de casa, não pude deixar de reparar na sábia resposta de um alentejano a quem o repórter, numa ingrata e tonta missão, perguntava a esse cidadão "se estava calor e se o incomodava". Se não foi assim exactamente, a essência foi esta. Ao que o homem lhe responde: "Nãã. 30 graus né? A gente aqui está habituado a 40, 40 e tais". Estava à espera de quê, o jornalista?
Portanto, notícia em prime time, foi justamente os 'tórridos' 28 graus em Lisboa e os 35 em Beja. E continua a reportagem, na mesma onda de calor, à espera que alguém anuísse à ideia de confrmar 'que sim! está m_e_s_m_o muito calor!', como se este rectângulo luso fosse atravessado por monções ou correntes frias do estreito de Bering, de modo a justificar a caloraça mui estranha em pleno Verão.
Repetentes neste tipo de peças sem justificação, os noticiários das 20h saltitam entre 5 minutos de algo interessante e 70 de mais-valia-estarem-quietos. Salva-se, felizmente, o das 22h na RTP2, que consegue em trinta minutos falar de tudo o que realmente é importante.
Curiosamente, se as peças gágá sobre o calor normal se repetem, não vejo nem oiço nenhum deles dar, por exemplo, a mesma importância ao estado das praias (não me refiro à 'certificação' de bandeira azul) mormente ao estado em que no início do estio, os veraneantes encontram as areias: as beatas enterradas, as garrafinhas de iogurte, as latinhas ou os cacos das garrafas de cervejinha, o pacotinho de batata frita que a criancinha e os paizinhos permitiram que esvoaçasse pelo areal e ali fique, entre outros detritos.
A praia do Creiro, aqui ao lado na Arrábida, é um bom-mau exemplo disso, mais um ano. Uma praia de bilhete-postal, não deve certamente merecer a atenção da Câmara M. de Setúbal e do Parque Natural da Arrábida e muito menos dos Media. Está lá um 'garboso' painel de letras caídas que anuncia os milhares de Euros comparticipados pela UE; está lá um recanto com bancos de madeira tomados pelas silvas que dá pelo nome de 'Fonte da Paciência' que faz juz ao nome: paciência, não há água há dois anos. Está também ladeada em generosa extensão de cercado em nini barrotes de madeira que já foram verdes e já estiveram de pé. Fazem de barreira ao lixo acumulado de anos de gente sem escrúpulos. Nem os dois restaurantes existentes têm, sequer, brio na zona mais próxima que os circunda.
Na foto lá em cima, está um cinzeiro de praia. Exemplar único (meu) de uma acção da Câmara M. de Almada na Praia do Rei, há 4 anos. Não sei se voltaram a aparecer; eu pelo menos, nunca mais os vi. Sei que nesse ano de 2004. essa boa intenção durou o limitado stock que provavelmente a Câmara dispunha, o que traduzido em dias, não chegou a 8. Eram à borla, estavam estratégicamente colocados na entrada da praia logo a seguir à linha do 'Transpraia'. É provável que esta e até outras melhores acções de outras autarquias por esse país fora da zona litoral, existam.
O que está aqui em causa, é que talvez os noticiários, chatos, enormes, das 20h., fizessem melhor, no seu alinhamento, incluir algumas peças (duras e assertivas) tendentes à sensibilização das pessoas para a nojeira em que estão transformadas algumas praias (e matas) em vez de procurarem fazer notícia sobre o que o não é, em diálogos de lana caprina, quiçá inferiores ao primeiro trabalho de qualquer estudante do primeiro ano de Comunicação Social.
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