22 janeiro 2008

'Macintosh é coisa de rico'


É um chavão brasileiro, consensual, para os equipamentos de Cupertino. Ou pelo menos, terá sido até aqui. Até à entrada em cena da paulista GreenMax.
Há aqui algo que faz lembrar 'Iznogoud o grão-vizir', uma deliciosa banda desenhada de Goscinny & Tabary, onde o Iznogoud tenta ser sempre califa no lugar do califa.

Ilustrando, do outro lado do Atlântico, a GreenMax substitui-se à própria Apple Brasil, normalmente muito recatada. Aliás, demasiado recatada desde há muito. Pode ser que agora mude sob o comando de Szapiro, ex-homem forte da Palm por lá, e um tipo com ideias. Mas enquanto não muda -ou Cupertino não deixa, ou o dólar sobe ou a fábrica não se instala- leva estalada. Estalada de quem tem capacidade para embarcar em S.Paulo e sair em Miami, ir às compras, por exemplo, na Alhambra Plaza -quartel general da Apple para a América latina- e voltar com uns Macs última-geração, debaixo do braço para o showroom e, em paralelo, assinar a nota de encomenda de uma palette deles, para fornecer uma rede de dealers sequiosos idem estimado público. Conheço relativamente bem este processo, legal e transparente, que em nada tem a ver com um outro que também entra pela 'porta das traseiras', via Paraguai.
O que a GreenMax faz é eliminar um circuito de distribuição estabelecido (as distribuidoras multinacionais do costume) colocando agilidade no processo e marcando novo preço de mercado por via de um-a-menos no jogo comercial. Claro que isto pode ser válido para um, dois ou três produtos diferentes e de destaque, mas nunca resulta para a totalidade.
Por cá, o chamado 'grey market' também deu, no passado, alguma dor de cabeça, mais pelo 'ruído' feito do que propriamente pela acção concreta. E o que esta rapaziada se esquece constantemente é que a faca e o queijo, de facto, não estão nas mãos deles.

2 comments:

Pedro Aniceto disse...

EXACTAMENTE dois dias antes de escreveres este post, eu tomava o pequeno-almoço em Cupertino com o Maurício...

LMB disse...

Como eu costumo dizer (e escrever) 'nada vem por acaso' :)