[...]E quando arrastas milhares de homens, mulheres e crianças para as câmaras de gás, mais não fazes que cumprir o que te mandam, não é assim, Zé Ninguém? És tão inofensivo que nem sequer te dás conta do que se passa.
És um pobre diabo que nada tem a dizer, sem opinião própria; quem és tu para te meteres na política? Eu sei, já te ouvi a mesma tirada com frequência. Mas deixa-me perguntar-te: porque não cumpres o teu dever quando alguém te afirma que és responsável pelo teu trabalho, ou que não deves bater nas crianças, ou seguir ditadores?
Onde está então o teu sentido do dever, a tua inócua obediência? Não, Zé Ninguém, tu não ouves quando fala a verdade, só podes ouvir o ruído sem sentido. E gritas então “Viva!”.
És cobarde e cruel, sem o mínimo senso do teu verdadeiro dever, o de ser humano e preservar a tua humanidade. És uma medíocre imitação do sábio e extraordinária a da do ladrão. Os teus filmes, programas de rádio e histórias de quadradinhos abundam em toda a espécie de crimes. Terás de arrastar ainda durante séculos a tua mediocridade antes de poderes tornar-te senhor de ti próprio. Se me separo de ti é a fim de melhor poder servir o teu futuro. Porque à distância não podes atingir-me e tens mais respeito pelo meu trabalho. Desprezas o que te está perto. Colocas os teus lideres em pedestais porque doutra forma não poderias “fazer de conta” que os respeitas. É, por isso que, desde que a história é história, os grandes homens sempre souberam manter-te à distância.[...]
Wilhem Reich
És um pobre diabo que nada tem a dizer, sem opinião própria; quem és tu para te meteres na política? Eu sei, já te ouvi a mesma tirada com frequência. Mas deixa-me perguntar-te: porque não cumpres o teu dever quando alguém te afirma que és responsável pelo teu trabalho, ou que não deves bater nas crianças, ou seguir ditadores?
Onde está então o teu sentido do dever, a tua inócua obediência? Não, Zé Ninguém, tu não ouves quando fala a verdade, só podes ouvir o ruído sem sentido. E gritas então “Viva!”.
És cobarde e cruel, sem o mínimo senso do teu verdadeiro dever, o de ser humano e preservar a tua humanidade. És uma medíocre imitação do sábio e extraordinária a da do ladrão. Os teus filmes, programas de rádio e histórias de quadradinhos abundam em toda a espécie de crimes. Terás de arrastar ainda durante séculos a tua mediocridade antes de poderes tornar-te senhor de ti próprio. Se me separo de ti é a fim de melhor poder servir o teu futuro. Porque à distância não podes atingir-me e tens mais respeito pelo meu trabalho. Desprezas o que te está perto. Colocas os teus lideres em pedestais porque doutra forma não poderias “fazer de conta” que os respeitas. É, por isso que, desde que a história é história, os grandes homens sempre souberam manter-te à distância.[...]
Wilhem Reich
1 comments:
Fizeste-me lembrar esse livro que há uns anos, já não sei exactamente quantos, toda gente leu, toda gente comprava para oferecer.
Depois por analogia constatei que ciclicamente há uns livros que conseguem isso. O Código da Vinci recentemente é um deles. Depois saltei para um outro ainda mais antigo que o Zé ninguém, que também toda a gente leu e comentava, um livro de Caryl Chessman, que foi executado em 1960, após um longo período nos corredores da morte.
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