21 julho 2007

Tour de France


Nos primórdios dos anos 70, a miúdagem mais ou menos crescida que tivesse (ou tivesse a sorte de lhe emprestarem) uma bicicleta, todos queriam ser o Joaquim Agostinho lá da rua, ou, se o 'lugar' já estivesse ocupado pelos mais experientes ciclistas, pronto, lá seriam o Luis Ocaña; o que não era bem a mesma coisa. Até o papelão preso com uma mola de roupa nos aros traseiros da roda, davam aquele ar 'mais racing' à etapa.

Hoje calhei a ver um pouco do Tour de France 2007, numa etapa que não sei qual seria, mas num troço muito bonito e cheio de verde tão limpo, que até se estranha a ausência de uma máquina de lavar ferrugenta atirada para uma berma, as clássicas garrafitas de cerveja aos montes, os despojos de obras empilhadinhos, etc. Coisas tão genuínamente lusitanas, infelizmente, e que não serão, por bem, copiáveis por outras gentes com mais preocupação e dois dedos de testa ambiental.

Mas continuando a pedalar: os novos ciclistas neste Tour mais parecem retirados de uma saga do 'StarGate' pela equipagem que trazem. Comparados com as estrelas do passado, em vez do bonézito de pála voltada ao contrário, talvez um capacete destes tivesse evitado em '84, a morte idiota da nossa maior estrela das duas rodas a pedal.

1 comments:

Luís Maia disse...

Ver o Tour, o Giro ou a Vuelta na TV, é, pelas razões que apontas, turismo económico, o pessoal senta-se no sofá e vai passeando como se fosse de automóvel, mas completamente à borla.
Essa do ciclismo na infância também me recordou, sou nabo e não sei andar de bicicleta, que me vingava com as caricas na borda do passeio, recheadas de casca de laranja para ficarem mais pesadas, e achatadas para deslizarem melhor, porreiro eram mesmo passeios com curva.