Nem tinha puxado ainda do isqueiro para um cigarrito danado, quando um saco poisa ao meu lado com um susto propositado. Olhei para trás e confesso que demorei alguns segundos a reconhecer: o cabelo quase branco fintou-me nesses escassos segundos. 'Estava na dúvida se serias tu ou não. Mas não me enganei'- disse-me ela. Teriam passado, creio, seis anos desde que nos vimos pela última vez, mas, apesar da moldura de rosto estar diferente, mantinha o mesmo olhar doce e simultaneamente triste. Um olhar a que eu me tinha habituado a conhecer bem, ou pelo menos convenci-me disso. As perguntas, que sempre se fazem nestas alturas, saíam ao sabor da conversa: as crianças estavam bem de um lado e de outro, a vida corria agora diferente. Tivemos uma vivência forte mas algo conturbada e que acabou por me marcar, quiçá, mais a mim do que a ela. Foi um período de vida onde, por graça, eu costumava dizer que tinha 'três mulheres': ela e as filhas (M&M a quem carinhosamente ela se referia, qual chocolate, porque na realidade eram -e são certamente- uma doçura de miúdas). Recordações boas e, essas sim, não apagam nunca.
Este encontro aconteceu há dois anos e acredito piamente que as pessoas cruzam-se na nossa vida por alguma razão que a própria razão desconhece. Quem sabe se para aprender alguma coisa? Pode até ser.
Resta saber, então, quem aprende a lição.
Este encontro aconteceu há dois anos e acredito piamente que as pessoas cruzam-se na nossa vida por alguma razão que a própria razão desconhece. Quem sabe se para aprender alguma coisa? Pode até ser.
Resta saber, então, quem aprende a lição.
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