12 março 2011

este país não é para velhos, nem para novos



No rescaldo de uma das maiores manifestações -ou talvez a segunda maior logo a seguir ao primeiro 1º de Maio em '74- realizadas no nosso país, somente uma elite imbecil não irá perceber onde vai acabar.
Não é uma geração à rasca: são gerações totalmente à rasca. Plural. Não é Pedro nem José que salvam a pátria e muito menos os seus concidadãos; costuma dizer-se que 'farinha do mesmo saco é igual à outra' e há anos que todos nós sabemos isso. Mas somos serenos, demasiado até.
Dizia um dos muitos cartazes na manifestação de hoje: 'Quando não tiveres nada a perder, o que pensas fazer?'
Quando não há nada a perder, a cabeça pode levar a muitos pensamentos e destes à acção é um passo muito curto. Não é 'geração rasca' como há uns anos bom um criativo 'cavaquista' achou por bem adjectivar uma juventude inconformada e rebelde. Dessa rebeldia, nasce a revolta.
Promiscuidade, compadrio, corrupção no melhor estilo da Camorra sucedem-se seja quem quer que seja que pelo poder tenha passado e afinal somos todos nós que os colocamos lá; damos de mão beijada essa zona de conforto que se chama poder. O Estado gosta de nos vigiar e controlar, mas quem vigia o Estado? Acaso temos algum pacto de não-agressão? A frase é batida mas sempre actual: 'pagam sempre os mesmos' e ainda a clássica 'os ricos que paguem a crise'. Certo é apenas que os mesmos pagam sempre, efectivo e sem dó nem piedade. Os ricos não pagam a crise, os ricos ganham com a crise. Fabricada ou não.
Não somos um país de parvos, mas somos um país de brandos costumes e acomodados. Talvez hoje tenha sido o princípio do fim de alguma coisa.
Um Estado cobarde que corta nas pensões de reforma, que rubrica a insegurança social, que não não tem criatividade para integrar os jovens no mundo do trabalho sério e remunerado mas antes aproveita mão-de-obra em saldo e pactua com empregadores, sendo ele próprio o exemplo mal acabado, que considera veteranos de quarenta, cinquenta e sessenta anos demasiado velhos para terem emprego e demasiado novos para qualquer reforma, que descura a agricultura e as pescas preferindo um país de serviços, quando um desses melhores serviços se centra no turismo e nem isso sabe incentivar/aproveitar/potenciar, não é um Estado é antes um estado de coisas. Más. Basta, não é?

1 comments:

Anónimo disse...

Basta!